"As palavras não têm peso.
Só são cheques assinados
quando são acompanhadas dos atos.
As palavras que falam e não agem de acordo
com o que dizem são cheques sem fundos."
Marisa Raja Gabaglia
Creio que todos recordam da mobilização da sociedade cajazeirense, capitaneada pela Maçonaria, em decorrência dos graves acidentes ocorridos no trânsito desta cidade. Daquele movimento surgiu uma carta de intenções, subscritas por várias autoridades, imprensa e a sociedade civil organizada. Transcorrido um ano da assinatura daquele documento, chegou a hora de cobrar atitudes e responsabilidades daqueles que se comprometeram com a sociedade de Cajazeiras.
Pouco ou nada foi feito. Isso é fato. No entanto, a maior contribuição que cada participante daquele movimento pode oferecer, é cobrar responsabilidades das autoridades, dos meios de comunicação e de toda sociedade.
Embora a carta de intenções não possa ser considerada uma obrigação de exigência determinada e imediata, podemos exigir a responsabilidade pelo cumprimento de suas metas daqueles que se comprometeram com melhorias para o trânsito de Cajazeiras.
Se deixarmos de cobrar as metas compromissadas, ficará a percepção errônea de que o movimento não passou de uma cortina de fumaça para encobrir as mortes no trânsito de nossa cidade.
Mas não devemos esquecer que o momento que levou a sociedade a se mobilizar ainda perdura nos dias atuais. Os acidentes continuam a ocorrer, com prematuras mortes e graves danos a toda comunidade.
De outra forma, a omissão e os problemas detectados em nosso sistema de trânsito, ainda perduram e nada de concreto foi feito para sua melhoria. Por isso, a luta continua.
Dito isto, e demonstrada a gravidade da situação, conclamo a todas as autoridades, entidades e sociedade organizada, participantes daquela mobilização – Carta de Intenções pela Melhoria do Trânsito de Cajazeiras - a discutir as metas intencionadas e cobrar o seu cumprimento.
É importante, que toda a cidade participe, que haja renovação da plenária ocorrida na Câmara de Vereadores, que as associações, sindicatos e clubes de serviços se mobilizem e que, principalmente, a imprensa repasse para a opinião pública as metas assumidas e exija explicações dos responsáveis pelas ações ou omissões havidas.
Uma reflexão: No carnaval todas as emissoras de rádios de Cajazeiras realizam debates sobre o evento. No entanto, não se ver nenhum debate sobre o trânsito, que vem sendo causa de mortes prematuras de jovens e cidadãos. É chegada a hora de discutir a preservação da vida e não somente os prazeres da vida.
Espero que a Carta de Intenções não se transforme apenas em palavras ao vento, mas que seus subscritores assumam posturas de líderes de ação não dos que só falam e nada fazem.
Fica o chamado.
Cajazeiras-PB 02 de março de 2009
Edivan Rodrigues Alexandre
Juiz de Direito – Titular da 4ª. Vara de Cajazeiras
Licenciado em Filosofia pela FAFIC – Cajazeiras
www.edivanrodrigues.blogspot.com
Um comentário:
Gostaria de parabenizá-lo pelo Excelente artigo Dr. Edivan. É sabido por todas as autoridades da Cidade de Cajazeiras que medidas emergenciais devem ser tomadas para coibir a violência no trânsito desta cidade. Somente com a união de esforços dos Poderes constituídos e, principalmente, da sociedade que detém a maior responsabilidade de todos que poderemos amenizar os impactos das tragédias que tendem a se repetir dia após dia, pois é esta sociedade que está se dizimando com os seus próprios atos.
Vejo que se trata de uma questão muito complexa, pois envolve, administração municipal e estadual, envolve secretarias diversas, mas não devemos jamais deixar de lado a responsabilidade da sociedade pela omissão de determinados órgãos públicos. A voz da sociedade não pode se deixar calar, a imprensa cajazeirense tem uma enorme responsabilidade nesta temática pois é uma forte formadora de opinião.
Um abraço.
Cap Josivaldo Luna.
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