Paraibanês
Por Edivan Rodrigues Alexandre
“...[♫] Eu sou da Paraíba,
é meu esse lugar
A cara desse povo tem a minha cara
Encanto de beleza que me faz sonhar
Lugar tão lindo assim pra mim é joia rara”[♫]
A cara desse povo tem a minha cara
Encanto de beleza que me faz sonhar
Lugar tão lindo assim pra mim é joia rara”[♫]
Ton
Oliveira
A cultura de
uma terra permanece viva enquanto seu povo dá importância à sua história, às
suas tradições e aos seus símbolos.
Tem sido comum observar que nossas
instituições deixaram de usar os nossos símbolos estaduais, como a bandeira e o
brasão, que identificam o Estado da Paraíba.
Ainda pior é a
situação do Hino da Paraíba. Este, infelizmente, é totalmente desconhecido
pelos paraibanos. São raros os eventos públicos em que se pode ouvir sua
execução.
Não existe em
nosso Estado uma cultura de valorização de nossas de tradições e amor pela
nossa terra. (Amor patriae nostra lex)
Os fatores
determinantes são muitos e se constata a participação negativa de muitos
segmentos da nossa sociedade na contra-cultura do esquecimento de nossa
identidade como povo e Estado.
As diretrizes
legais para a observância dos símbolos estaduais não são cumpridas e, ao
contrário, são burladas e os símbolos substituídos por outros.
Os poderes
constituídos, executivo, legislativo e judiciário, criaram símbolos próprios e
independentes dos símbolos estaduais. O Estado é um só – Paraíba – e somente
possui uma bandeira, um hino e um brasão de armas. Não é admissível que os
poderes criem logomarcas e até brasão de armas para substituírem os símbolos
estaduais, de uso obrigatório. (ex vi
legis)
As demais
instituições públicas seguem esse mau exemplo e criam logomarcas próprias,
deixando o brasão do Estado em segundo plano. Ministério Público, Polícias,
Tribunal de Contas, entre outros, deixaram de lado o brasão de armas e
apresentam em seus frontispícios logomarca própria, que não se identifica com o
Estado da Paraíba.
Personificam-se
as administrações e para tanto ocultam os símbolos do nosso Estado. As ações
estatais devem estampar a marca do Estado e não do administrador de plantão.
Não há
incentivos nas escolas para a prática de atos cívicos. O Hino Nacional, que
antes era executado pelo menos uma vez por semana, foi abolido das escolas. O
Hino Estadual é meramente mencionado nos estudos dos símbolos estaduais, quando
estudado.
De outra
forma, raros são os artistas que enaltecem a nossa terra. Com isso, vamos
perdendo nossa identidade cultural.
Precisamos de
pintores que retratem as nossas cores, de músicos que cantem as nossas belezas
e de autores que reproduzam nossa cultura.
Precisamos
resgatar o orgulho de ser paraibano, estampar em nossas janelas a bandeira da
Paraíba, cantar a nossa terra, ter zelo por nossas tradições.
O jornalista Arnaldo Jabor disse certa vez que: “o único estado que canta seu hino desde
crianças, jovens e idosos é o estado do Rio Grande do Sul”. De fato, os
gaúchos são um povo que mantém com muito orgulho suas tradições.
Unamo-nos ao
Rio Grande do Sul como fizemos outrora (1930) e sejamos defensores de nossa
cultura, de nossas tradições, de nossas cores, do nosso belo Estado da Paraíba.
Vamos dizer
NEGO à nossa falta de incentivo à cultura. Vamos valorizar o nosso
“paraibanês”. Precisamos assumir nossa bandeira e estampá-la com orgulho em
nossos umbrais.
Que todas as
repartições públicas estaduais sejam obrigadas a usar o brasão de armas de
nosso Estado e não os por elas criados, como se pudessem ser independentes do
Estado.
Sejamos
paraibanos com orgulho. Paraíba!
Campina
Grande-PB 17 de julho de 2013
Edivan
Rodrigues Alexandre
Juiz
de Direito
Licenciado
em Filosofia
Professor
de Direito Eleitoral da FACISA
Secretário
da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB
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