domingo, 5 de abril de 2009

Crematório de dinheiro público


Senado gasta R$ 109 mi com telefone, saúde e livros
Paraíso dos detentores de mandato, o Senado converteu-se em inferno da Viúva. Ali, todos os pecados açoitam a bolsa da veneranda e indefesa senhora.
Pendurada nas manchetes em posição constrangedora desde fevereiro, a Câmara Alta revela-se uma usina de torrefação de verbas.
Vão abaixo mais três exemplos. Envolvem as despesas com saúde, telefonia e editoração de livros. Juntas, somam notáveis R$ 109 milhões ao ano.
1. Saúde: Neste ano da graça de 2009, o Senado reservou R$ 61,6 milhões para o custeio das despesas médicas e odontológicas de senadores e funcionários.
Chegou-se à cifra por meio de uma mandracaria. Entre senadores, funcionários (ativos e inativos) e dependentes a clientela da saúde do Senado soma 23.648 pessoas.
Pois bem, na hora de fazer as contas, o número de beneficiários levado à mpaquina de calcular foi bem maior: 41.940 pessoas.
Má fé? Não, não. Absolutamente. Foi “um erro”, diz a direção do Senado. E quanto à correção? Bem, diz-se que só virá no orçamento de 2010.
2. Livros: A gráfica do Senado torra anualmente R$ 30 milhões em publicações. Com esse dinheiro, daria para comprar 5 milhões de livros escolares didáticos.
A importância do conteúdo das obras que saem das rotativas do Senado é inversamente proporcional ao valor monetário.
Há peças autopromocionais dos senadores. Há livros em que os senadores tratam da infância. Há textos em que relatam o empenho pelas “causas sociais”. Há isso e aquilo.
Quer um exemplo: ACM Júnior (DEM-BA) mandou rodar a obra "ACM: Uma História de Amor à Bahia e ao Brasil".
Uma homenagem ao pai. E uma evidência de que, mesmo depois de mortos, os senadores continuam onerando o erário.
3. Telefonia: Chama-se Carlos Roberto Muniz o diretor da Secretaria de Telecomunicações do Senado. Nos próximos dias, vai virar ex-diretor.
O primeiro-secretário Heráclito Fortes (DEM-PI) demitiu-o. A consumação do afastamente depende apenas de publicação.
Homem do já defenestrado Agaciel Maia, Roberto Muniz caiu em desgraça depois de ter preparado um dossiê com os gastos dos senadores com celular.
Os dados colecionados pelo quase ex-diretor, infelizmente, não vieram à luz. Soube-se, porém, o valor da rubrica de telefonia do Senado: R$ 18 milhões em 2008. Dá pra falar até com o céu.

Fonte: Blog do Josias de Souza

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