O presidente do Judiciário paulista, Vallim Bellocchi, disse nesta sexta-feira (5/6) que o conservadorismo e o tamanho do Tribunal de Justiça de São Paulo colaboraram na demora para atender pedido do Conselho Nacional de Justiça. Na semana passada, o CNJ mandou instaurar processo administrativo disciplinar contra Bellocchi por este ter negado informações sobre o pagamento da diferença de entrância, o chamado auxílio-voto, aos juízes que atuam no segundo grau.“O Tribunal de Justiça de São Paulo é muito grande e conservador e nem sempre consegue ser ágil”, reconheceu Bellocchi, numa referência ao episódio em que o CNJ requisitou informações sobre o pagamento de magistrados. “Mas o tribunal é parceiro e está pronto a colaborar”, completou.
“O tribunal já prestou as informações e o episódio está superado”, disse o ministro Gilmar Mendes. Ele confirmou que se encontrou em Brasília com Bellocchi e mais três desembargadores paulistas para tratar do assunto. No encontro, os representantes do TJ de São Paulo entregaram as informações requisitadas pelo Conselho.
“Na verdade não é auxílio-voto. É uma suplementação paga aos juízes, uma diferença de entrância”, explicou Gilmar Mendes. Segundo ele, o TJ paulista alegou dificuldades na coleta de dados e esta seria a explicação na demora das informações chegarem até o CNJ.
O incêndio
O caso julgado pelo CNJ trata de representação formulada pelo juiz Adugar Quirino do Nascimento. O magistrado alega que está havendo tratamento desigual entre magistrados paulistas, depois que o Tribunal resolveu reestruturar a carreira. Segundo ele, a mudança beneficiou alguns juízes que foram promovidos sem mudança de comarca, tendo direito ao que chamou de auxílio-voto.
O CNJ pediu para o Tribunal explicar como funcionava o pagamento aos magistrados e qual a base de sua legalidade, dentro do teto constitucional dos subsídios. As informações foram requisitadas várias vezes e, segundo o conselheiro Joaquim Falcão, o tribunal não respondeu e enviou respostas incompletas.
Diante da atitude adotada pela direção do Tribunal paulista, o relator Joaquim Falcão decidiu levar o caso a julgamento. O CNJ decidiu pela instauração da reclamação disciplinar contra o presidente Vallim Bellocchi e mandou suspender o pagamento das diferenças até o julgamento do mérito.
Diplomacia
Fonte: Consultor Jurídico
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