segunda-feira, 30 de março de 2009

Num mundo marcado pela globalização, só a legislação penal do Brasil ainda não foi globalizada.


Justiça manda libertar diretores da Camargo Corrêa
Depois de desfrutar da hospitalidade do PF’s Inn por três dias e meio, os presos da Operação Castelo de Areia passarão o resto do final de semana em casa.
Foram ao meio-fio quatro diretores e duas secretárias da empreiteira. Ganharam o asfalto também quatro doleiros. Todos haviam sido detidos na quarta (25).
Deve-se a liberação à desembargadora Cecília Mello, do TRF da 3ª Região, sediado em São Paulo. O despacho veio à luz neste sábado.
Na véspera, a Justiça já havia devolvido ao conforto do lar Eliana Tranchesi, dona da Daslu, sonegadora condenada, em sentença de primeira instância, a 94,5 anos de cana.
A ligeireza na liberação dos deliquentes e suspeitos bem-postos, uma marca do sistema judicial brasileiro, comprova o seguinte:
Num mundo marcado pela globalização, só a legislação penal do Brasil ainda não foi globalizada.
Tome-se, por eloqüente, o caso do megainvestidor americano Bernard Madoff. Acusado de fraudes financeiras, foi recolhido ao cárcere faz 17 dias, em 12 de março.
Tornou-se o prisioneiro 61.727-054 do sistema carcerário de Nova York. Num dia, dormira em sua cobertura de US$ 7 milhões. Noutro, acordou numa cela de 6 m2.
Os advogados de Madoff recorreram. Pediram que fosse concedido ao cliente o direito de aguardar a sentença em liberdade.
Alegaram que Madoff colaborara com a Justiça, que não oferecia perigo à sociedade e que não tinha a intenção de fugir.
No último dia 20, um tribunal de apelações de Nova York analisou a petição dos defensores de Madoff. O pedido foi negado.
O superfraudador, um senhor de 70 anos, permanecerá atrás das grades até o julgamento final, marcado para 16 de junho. Pode arrostar sentença de até 150 anos de reclusão.
No Brasil, a ausência de prisioneiros endinheirados, além de aturdir a platéia, inibe a melhoria do sistema carcerário, hoje um depósito reservado à Senzala.
Se os ricos dessa terra de palmeiras e sabiás fossem tratados com um terço do rigor a que foi submetido Madoff, a Casa Grande talvez pegasse em armas.
Mataria e morreria pelo fim da superlotação e pela melhoria do cardápio dos presídios brasileiros.
Fonte: Blog do Josias de Souza

Nenhum comentário: